quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

pa.to.lo.gi.a



sera o amor patológico

um vírus
um desvio
que desestrutura
que tritura
em pedaços
o coração
e arranca
uma
por
uma
cada unha
cada pele
cada fio de cabelo
(estão espalhados
na sua cama)
que suga
cada parte
de energia vital
em troca do
preenchimento
da falta
que você faz
da plenitude que é
não se sentir só
mas
genuinamente-
habitada
nesta casa que
ha muito esteve vazia
que estranha cada vez
que abre as portas
que é invadida
por quem não pediu licença
por quem bagunçou tudo
tudo-
esta casa que é meu corpo
que ha muito esteve vazio
se desestrutura
se contorce em
gozo
ao carregar seu peso
o qual não sei se preenche ou consome
o vazio
mas certamente
aquece
umedece
fere até

e o sangue é quente


(diz-se que esta patologia
não tem cura
tampouco trata-se
diz-se contudo que
o tempo é capaz de trazer a resistência
de aceitar a bagunça sobre a qual não se tem
controle algum)