quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Bela agonia
Agiram, sem perceber, como fariam se estivessem sem a presença um do outro. E talvez aí, nesse exato momento, na penumbra do quarto à noite de um domingo, tenha o problema decidido se instalar. Exatamente nesse instante, seus olhares se fundiram em um único caminho, então transformando-se em um nó, o qual até hoje insiste forte e firmemente. Ali, amarraram-se tão profundamente que já não há maneira de ser desfeito o bolo, nunca haverá. Puxa-se um lado e o outro é instantaneamente levado junto. Atingiram o ponto onde a mútua dependência é tanta que, por menor que seja o espaço que se tente ocupar entre eles, haverá de ocorrer agonia, incômodo. Não existe maneira de a autovalorização passar despercebida, não pode haver entre eles o gênero singular, não cabe a eles desviar o foco, mas, veja bem!, como é inevitável... Trata-se de um ciclo doloroso, e, ainda, assim, belo. A beleza a qual ambos procuraram por toda a vida.
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