A gente combina.
Por que a gente se ignora. Por que todo dia você passa por mim, e eu te observo, pensando nas coisas que você me diria quando não tivesse ninguém por perto, nós em um quarto afastado, e seu cheiro em mim. E penso nisso enquanto reproduzo expressões que denotam indiferença. Você é interessante demais pra saber disso.
A gente combina.
E eu coleciono cada décimo de segundo de seu olhar no meu, cada décimo de segundo que eles se cruzam antes de serem subitamente desviados - a gente não aguenta tanta intensidade. Eu te coleciono em pedacinhos lá dentro de mim, onde ninguém toca.
A gente combina como ninguém, e ninguém sabe, ninguém pode saber, sobretudo você.
E assim será, teórico, até eu me perder nos seus pedacinhos. Até onde o coração aguentar.
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