quinta-feira, 9 de agosto de 2012

44

Hoje eu sou 44. Ontem também fui. E amanhã sei bem que não serei nem 8, nem 80. Nunca consegui. Não sou dessas pessoas que entram sem pedir licença, mas também não deixo de entrar. Acordo esperando pelo provável, especial se tiver que ser. Hoje, em tudo, sou 44. Nada me sobra, nada me falta. De dentro pra fora, de cima pra baixo. Não nasci pra ser analisada. Em mim não há brilhos, nem cicatrizes. Meus ombros carregam um peso cômodo, dividido igualmente entre anjos e diabos. Esses se revezam, não se encontram. Não existe descontrole. Assisto à destruição dos meus valores enquanto me deixo substituí-los por novos, encaixando-os nos antigos planos, ou planejando outros, sempre em equilíbrio. Sempre. Nem 8, nem 80. É só 44.

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